Cogesc 2017: ‘a modelagem preditiva não é bola de cristal’, explica especialista

5 de abril de 2017

Diretora de Produtos da Healthways, uma empresa Sharecare, Dra. Ana Claudia Pinto abriu o primeiro painel de debates da 2ª Edição da Cogesc – Conferência Brasileira de Gestão da Saúde Corporativa, realizado em 20 de março. Dentro do tema gestão da carteira de beneficiários e inovações para cada perfil populacional, a especialista foi categórica quanto à aplicação da modelagem preditiva nas empresas: “não é bola de cristal”.

Isso porque a chamada análise ou modelagem preditiva é um método usado para descobrir a probabilidade da ocorrência de eventos futuros, com base em dados históricos e algoritmos estatísticos. Ela, de fato, auxilia a identificar a população que terá maior necessidade de intervenção médica, por exemplo. Mas o uso desses elementos para prevenir e identificar doenças depende de alguns fatores para ser eficaz.

“Você precisa ter bons dados, entender o seu negócio e saber que perguntas fazer. O modelo é muito efetivo quando se determina claramente qual o objetivo a ser alcançado”, explica Dra. Ana, acompanhada no painel de Henrique Serra, gerente médico do Hospital Oswaldo Cruz, e Vitor Asseituno, CEO da Live Healthcare Media, mediado por Sheila Mittelstaedt, senior manager da Deloitte. Dra. Ana enfatizou também que o método responde uma pergunta de cada vez, como, por exemplo, “quais são as pessoas que têm alto risco de gerar alto custo nos próximos 12 meses?”.

A importância do método se dá pela limitação dos recursos, ou seja, pela impossibilidade de se investir em 100% da população de uma vez. Por isso, os resultados dessa pergunta dividem esse grupo de pessoas em segmentos, para se aplicar o recurso correto a cada um deles. “Na Healthways trabalhamos com 3 a 5% dessa lista [de pessoas], que são responsáveis por 20 a 30% dos custos. E nos perguntamos: é possível fazer alguma coisa ou não? O que é mitigável e o que não é mitigável?”, esclarece.

Além da modelagem preditiva, entre os assuntos discutidos pelos palestrantes estiveram o envelhecimento populacional e o aumento dos custos em saúde; como a tecnologia pode ajudar os beneficiários; quais são as melhores práticas para tratar os hiperutilizadores; e quais são os caminhos para conhecimento e interação com dependentes, entre outros. A Cogesc também promoveu debates, oficinas práticas e cases de sucesso para integrar áreas de saúde corporativa, com o objetivo de reduzir custos, otimizar processos, aumentar a efetividade dos programas e gerar maior qualidade de vida para os funcionários.