Coronavírus e planos de saúde: por dentro das exigências da ANS e dos impactos na saúde suplementar

21 de abril de 2020
Coronavírus e planos de saúde

A pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) foi uma surpresa global. Há décadas não enfrentávamos uma ameaça de tamanha proporção, que mobilizasse tantos esforços de setores públicos e privados.

Segundo o atual ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, o surto da COVID-19 — como é chamada a doença causada pelo novo coronavírus — no Brasil deve se estender até o segundo semestre de 2020. O impacto da epidemia nos planos de saúde, portanto, é um assunto de grande interesse no momento.

Embora a taxa de mortalidade da COVID-19 seja baixa (variando de 1% a 3,5% dos infectados), a pandemia levanta outra preocupação: a superlotação de leitos e do pronto-socorro, o esgotamento de equipamentos e a sobrecarga de ventiladores e monitores.

Para superar esse desafio, é fundamental conhecer bem as exigências atuais e as perspectivas para os próximos meses. Por isso, continue a leitura e confira em que medida os planos de saúde podem ser afetados!

Novos procedimentos

Um dos impactos mais evidentes da pandemia é a inclusão do teste diagnóstico para a COVID-19 no rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde. Em 12 de março de 2020, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) lançou a Resolução Normativa nº 453. Nela, o RT-PCR para diagnóstico da infecção pelo coronavírus já é incluso nesse grupo.

O PCR (em tradução literal, reação em cadeia da polimerase) é considerado padrão ouro para a detecção de vírus como o SARS-CoV-2. Com ele, é possível detectar o DNA do agente infeccioso — e obter, portanto, uma resposta muito mais precisa sobre a infecção.

O resultado costuma demorar dias para sair e, no Brasil, o teste é utilizado atualmente apenas para confirmar casos graves.

Já há outros testes comercializados para o diagnóstico da COVID-19. Dentre eles, destaca-se o teste rápido por fluorescência ou imunocromatografia, que retorna o resultado em menos de uma hora.

Além da rapidez, esses testes também têm a vantagem de não necessitarem de um laboratório para a realização. Por outro lado, eles não oferecem ta elevada precisão do PCR.

Ainda que eles não sejam obrigatórios à saúde suplementar, seu uso pode ser incorporado para otimizar a estratégia de combate à pandemia.

Alteração no reajuste

Em um primeiro momento, o aumento súbito da demanda e a obrigatoriedade da cobertura de novos procedimentos pode causar receio na saúde suplementar. Não há dúvidas de que isso pode aumentar os preços dos planos de saúde. Casos excepcionais, como o atual, já são, inclusive, previstos pela ANS.

Essa medida visa o equilíbrio financeiro das operadoras de plano de saúde e evita o colapso da rede privada.

Em contrapartida, desde 2014, o número de beneficiários da saúde suplementar vem caindo progressivamente. Isso indica que o risco de afogamento do sistema, portanto, é ligeiramente menor que o de 6 anos atrás. Mesmo com essa redução, no entanto, vale ressaltar que mais de 47 milhões de brasileiros fazem uso da saúde suplementar no Brasil atualmente.

Adiamento de consultas e cirurgias eletivas

Como o principal desafio da pandemia é espaço físico e equipamento disponível, a indicação atual é a suspensão de consultas e cirurgias eletivas. Com isso, a rede de saúde já se prepara para receber o alto contingente de pacientes esperado, deixando para depois o que puder ser adiado.

Além do redirecionamento de esforços médicos e equipamentos, essa medida auxilia na prevenção do contágio: uma das medidas mais adotadas para conter o avanço do coronavírus tem sido o isolamento social.

Com o adiamento de consultas e cirurgias eletivas, os centros de saúde e consultórios deixam de ser focos de aglomeração de pacientes. Isso visa a limitar o número de pessoas infectadas ao mesmo tempo, reduzindo o pico de demanda na rede de saúde.

Busca por soluções virtuais

A superlotação de centros de urgência e emergência é uma temida consequência da pandemia causada pelo novo coronavírus. No entanto, o uso inadequado desse serviço já vem acontecendo há anos — por exemplo, por pacientes que não necessitam de atendimento imediato ou que seriam mais bem atendidos em regime ambulatorial.

Nesses casos, quando o paciente se dirige ao pronto-socorro, ele geralmente é triado com uma prioridade baixa. Isso resulta em um longo período de espera, na ineficácia do atendimento e em riscos desnecessários — como, por exemplo, o de contaminação.

Por isso, soluções digitais podem auxiliar a saúde suplementar a controlar a superlotação desnecessária dos centros de urgência e emergência. Além de educar melhor os pacientes sobre o próprio coronavírus, outros atendimentos também podem ser otimizados.

Nesse contexto, confira, a seguir, algumas soluções oferecidas pela Sharecare.

Programa de Combate à COVID-19

A Sharecare já tem experiência no mercado de saúde digital. A empresa trabalha há anos com serviços como o Ligue Saúde e a Enfermeira Virtual Sara, que realizam a triagem antes mesmo de o paciente chegar ao hospital. Neles, é utilizado o consagrado Nurse Triage System, comum em países como Reino Unido, Canadá e Estados Unidos.

Com a emergência da nova pandemia, a Sharecare precisou unir esforços com a rede de saúde e reorganizar as soluções já utilizadas, com o objetivo de combater, especificamente, este atual problema. Então, recentemente, pôde ser lançado o Programa de Combate à COVID-19.

A nova solução têm 3 objetivos principais: reduzir a contaminação, otimizar o serviço de triagem e economizar recursos físicos e humanos. Dessa forma, espera-se poder contribuir para reduzir os impactos da doença nas organizações, para que elas não passem por situações extremas durante a pandemia.

A nova solução oferecida pela Sharecare permite a realização de consultas via telemedicina e inclui chatbots com check-ups diários e suporte clínico constante com uma equipe de profissionais. Além disso, a solução conta com um canal de atendimento médico aberto 7 dias por semana, 24 horas por dia.

A enfermeira virtual Sara e os serviços de atendimento remoto estarão direcionados especialmente para o combate à COVID-19 durante os próximos meses. Com a ferramenta de triagem online e as outras soluções mencionadas, será possível reduzir a superlotação das equipes de emergência e se preparar melhor para atender os pacientes graves.

A pandemia causada pelo novo coronavírus trouxe um novo desafio à saúde suplementar. Prever os obstáculos e se adaptar com antecedência a essa nova realidade pode fazer toda a diferença nos próximos meses.

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