Como a gestão de crise pode resolver problemas na área da saúde da empresa

27 de janeiro de 2020

gestão de crise

O tema gestão de crise precisa ser encarado em algum momento por companhias de qualquer tamanho e setor. Sabia que uma crise na área da saúde, por exemplo, pode afetar também a sua empresa? Eventos corriqueiros e situações inusitadas podem ter consequências que escapam do nosso controle. Por isso, é preciso estar preparado, com um plano de contingência de danos ao negócio.

Leia este artigo e saiba como preparar uma estratégia para evitar problemas.

O que é gestão de crise?

O gerenciamento ou gestão de crise refere-se ao conjunto de medidas previamente definidas para resolver situações críticas quando elas surgirem. O sucesso desse plano de contingência depende da integração dos gestores de todos os setores da empresa e da adesão dos colaboradores. Além disso, requer alguns passos, como:

  • criação de um comitê de gestão de crise e indicação de um líder;
  • mapeamento dos riscos em cada setor e das áreas mais vulneráveis;
  • definição das providências a serem tomadas em cada situação prevista;
  • escolha do porta-voz da empresa.

O comitê criará um manual para o gerenciamento de situações críticas que possam abalar desde a imagem da empresa até suas finanças. Para cobrir o máximo de questões, é fundamental a participação de um representante de cada setor. Mas essas múltiplas visões precisam ser unificadas e as iniciativas centralizadas em uma pessoa: o líder ou gestor da crise, que será escolhido pelo comitê.

Cada membro participante contribui relatando os problemas que potencialmente gerariam consequências para a empresa. Com esse levantamento, é viável determinar os riscos que são contornáveis e os inerentes à atividade. Também é possível perceber quais setores são mais vulneráveis ao desencadeamento de uma crise. A partir dessas informações, serão definidas as atitudes da companhia para cada possível situação crítica.

Em uma eventual crise, a transparência é fundamental. A comunicação com o público externo deve ser feita exclusivamente pelo porta-voz, em entrevistas coletivas e publicações no site da empresa. Já para os colaboradores, a divulgação de informações deve ser clara, imediata e pelos devidos canais (e-mail ou intranet, por exemplo).

Qual é a importância da gestão de crise no contexto empresarial?

Como o professor da Universidade do Oeste Paulista Diego Andreasi aponta, não se pode prever o momento em que ocorrerá uma crise, mas é certo que ela é inevitável. Entretanto, os desdobramentos de uma situação crítica podem ser previstos. Vejamos alguns tipos de consequências que podem ocorrer:

  • Abalo da imagem da empresa;
  • Prejuízos financeiros, afetando fornecedores ou clientes;
  • Processos de variadas naturezas jurídicas;
  • Eventualmente, a falência da empresa.

Sobram exemplos de casos que começaram com um pequeno incidente e se transformaram em uma verdadeira demolição da marca nas redes sociais. Nos últimos anos, o poder de engajamento por meio de mídias digitais tornou-se uma força a ser seriamente considerada pelas empresas.

Quase sempre, esses movimentos no mundo virtual acarretam prejuízos financeiros no mundo real. Uma pesquisa feita pela Deloitte — empresa de auditoria norte-americana — com mais de 300 líderes empresariais que não souberam lidar adequadamente com esse tipo de crise apontou que cerca de 41% desses negócios tiveram perda de valor da marca e queda nas receitas.

Outra consequência de não saber lidar com os problemas assim que eles surgem é a sua consolidação em processos judiciais movidos pelos consumidores ou por autoridades. Nesses casos, o prejuízo pode ir além de moral e financeiro.

Sob o peso de tantas pressões ao mesmo tempo, muitas empresas sucumbem. Quando a crise se soma a problemas contábeis que a companhia já enfrenta, ela não é capaz de resistir, entrando em falência.

Como usar a gestão de crise para solucionar problemas na área da saúde?

Agora que já conversamos um pouco sobre gerenciamento de crise, você deve estar se perguntando como os problemas na área da saúde poderiam afetar a sua empresa.

Os custos dos planos de saúde têm subido ano a ano — o que impacta diretamente os negócios, pois onera o orçamento empresarial de forma significativa. Por outro lado, qualquer companhia que deseje reter ou atrair talentos precisa contar com esse item em sua cesta de benefícios.

Essa inflação na área da saúde está ligada tanto aos custos médicos e à introdução de novos tratamentos quanto à variação na frequência de utilização dos serviços. Mas, se os dois primeiros itens estão além do seu controle, cabe examinar o último com atenção.

Vários fatores contribuem para o grande número de consultas médicas e para o absenteísmo ligado à saúde dos colaboradores e seus familiares mais diretos. Entre essas causas podemos citar:

  • Condições crônicas como síndrome metabólica, diabetes mellitus, hipertensão, insuficiência cardíaca e asma;
  • Problemas ortopédicos que demandam tratamentos fitoterápicos e até internações;
  • Transtornos mentais como os relacionados ao álcool, depressão, ansiedade e estresse;
  • Desdobramentos do envelhecimento.

Essa população ligada diretamente à empresa é um item de destaque dentro do manual de gestão de crise. Isso porque, além de ser essencial o respeito à dignidade dessas pessoas enquanto seres humanos, o desempenho delas afeta a produtividade e o retorno dos investimentos empresariais.

Se por um lado algumas dessas condições são inevitáveis — como o envelhecimento —, por outro, todas elas podem ser manejadas para diminuir o impacto na qualidade de vida de colaboradores e da própria empresa. Para isso, deve ser estudado o perfil de saúde dessa população, a fim de sugerir providências que não sejam pontuais.

Apenas com medidas consistentes e o engajamento contínuo dos colaboradores é possível reduzir os riscos de saúde e/ou melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Consequentemente, isso levará à retenção de talentos e a um crescimento na produtividade.

Os reflexos dessa política também poderão ser observados nas finanças, com a diminuição de gastos gerados pelo ticket de saúde junto aos convênios. Além disso, a imagem da empresa fica fortalecida perante os consumidores, os fornecedores e o mercado, em geral. Torna-se aquela em que os melhores profissionais desejam estar.

Com essa visão mais ampla, ao reduzir os problemas ligados à saúde dos seus colaboradores, você contribui para retardar uma situação crítica ligada ao convênio médico. E, ainda que não caiba só à sua empresa evitá-la, ao menos ela estará preparada para fazer a gestão da crise no momento em que ocorrer.

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