Gestão em saúde pública: o que é e como funciona?

17 de outubro de 2022

Seja no sistema privado, seja no público, a gestão em saúde implica o desenvolvimento de diversas atribuições importantes que contribuem exclusivamente para o suprimento das necessidades — e, é claro, para a satisfação — dos usuários do serviço. No entanto, falando especificamente da gestão em saúde pública, existe uma preocupação ainda mais expressiva, afinal, a demanda por atendimento cresce de maneira exponencial.

Logo, o gerenciamento dos gastos, dos processos e dos materiais, além da manutenção de uma rígida supervisão das ações implementadas, se tornam fatores determinantes para o desenvolvimento social e para a qualidade de vida.

Neste artigo, vamos explicar o que é gestão em saúde pública, elencando os seus maiores objetivos, os principais desafios a serem superados e a sua importância, entre outros pontos igualmente relevantes. Continue a leitura!

O que é gestão em saúde pública?

A gestão em saúde pública é a atividade responsável por acompanhar e liderar projetos relacionados à manutenção das instituições responsáveis por promover uma população mais saudável. Isso envolve a gestão de recursos, infraestrutura, insumos e pessoas responsáveis por promover a saúde dos cidadãos.

Em termos simples, a gestão em saúde pública visa à administração de ações e projetos da área da saúde e no setor público. Essa atividade, independentemente do país, tem um status estratégico, afinal, milhões de pessoas — carentes ou não — dependem dela. Sendo assim, para uma gestão em saúde pública bem-feita, é fundamental haver uma grande organização, a otimização da produtividade e do tempo, o zelo pelo dinheiro público e uma capacitação adequada dos profissionais que fazem parte do sistema.

É importante pontuar que, ao falarmos em saúde pública, não é incomum que a primeira imagem que venha à mente envolva unidades cheias e longas filas de espera. De fato, esse é um dos maiores desafios, mas é indispensável destacar que o programa de saúde pública do país é o maior — mundialmente falando —, sendo integralmente gratuito e com abrangência em todo o Brasil.

Nesse sentido, um bom programa de saúde pública busca promover uma população mais saudável, um sistema acessível e, principalmente, um atendimento mais eficiente e digno.

Quais são os seus maiores objetivos?

A gestão em saúde desempenha um papel essencial, por exemplo, para a boa administração dos recursos das diversas instituições de saúde, abrangendo unidades básicas, ambulatórios, clínicas, hospitais e outras instituições. Nesse contexto, é possível listar como os seus maiores objetivos:

  • A personalização do atendimento: com o intuito de demonstrar respeito e atenção, aumentando a confiança da relação que se estabelece entre médico e paciente;
  • A otimização do tempo: envolvendo planejamentos, a elaboração de escalas, o uso de sistemas de compartilhamento de dados, a automatização de processos etc.;
  • A ordenação das informações: atividade na qual a tecnologia se mostra uma incrível aliada, pois traz a automação para os diversos processos e centraliza os dados, gerando, inclusive, relatórios para eventuais análises.

Quais são os principais desafios da gestão em saúde pública?

Uma das medidas mais urgentes atualmente para o Sistema de Saúde Pública é a definição de estratégias que possam atenuar os problemas provocados pela elevação dos custos, elevar a eficiência e a qualidade dos atendimentos e, especialmente, suprir a carência dos serviços do setor. No entanto, para além desses, há outros obstáculos a serem contornados, a saber:

  • A renegociação dos papéis privados e públicos com o fim de possibilitar a implementação de ações em prol de um atendimento universal diante da demanda altamente crescente pelos serviços públicos de saúde;
  • O expressivo volume de processos judiciais em razão do notório distanciamento entre o direito à saúde e o que efetivamente é oferecido;
  • A implementação de mecanismos de regulação eficazes;
  • A importância de assegurar a qualidade da atenção e da segurança ao paciente, viabilizando o acesso a amplos cuidados;
  • A adequação do modelo de atenção para o atendimento das mudanças demográficas e epidemiológicas do Brasil;
  • A ausência de mecanismos que promovam a otimização dos recursos financeiros;
  • A necessidade de reforma da estrutura de financiamento de todo o sistema, com o objetivo de assegurar igualdade, universalidade e sustentabilidade.

A realidade é que a necessidade de políticas públicas exige uma profunda reformulação na organização e na gestão de instituições de saúde públicas, visando o benefício da população. Nesse sentido, para possibilitar a implantação de ações com esse fim, é necessária a disseminação de uma perspectiva nova que reconheça que os entraves do Sistema Único de Saúde não serão contornados por meio ações pontuais.

Nesse contexto, o intuito é assegurar a qualidade das prestações à sociedade e a universalização do atendimento.

Como a tecnologia se mostra uma aliada?

Mesmo que existam, ainda, conceitos mais antigos em vigor quando se trata de gestão em saúde pública, a tecnologia tem sido uma incrível aliada para abrir espaço à inovação. Atualmente, há diversos softwares de gestão que podem melhorar — e muito — a rotina da atividade, disponibilizando ferramentas que viabilizam a integração de plataformas de agendamento de consultas, de personalização do atendimento e de organização de recursos, como:

  • Prontuário eletrônico, trazendo mais segurança e controle em relação aos dados dos pacientes;
  • Telemedicina, que viabiliza que a população (especialmente de regiões mais remotas) seja atendida por profissionais de maneira rápida, sem a necessidade de grandes deslocamentos;
  • Testes laboratoriais remotos (TLRs), que, embora ainda estejam em progresso no país, permitirão que testes e exames sejam realizados fora dos laboratórios.

Quais são as práticas-chave para melhorar a gestão em saúde pública?

Inegavelmente, a administração da rede pública de saúde representa um grande desafio para os gestores de todos os entes federativos, porém, existem determinadas práticas que podem ser adotadas visando à melhoria da gestão, como:

  • A realização de parcerias entre as esferas privada e pública, que, em vista da alta procura pelos serviços públicos de saúde, pode ser interessante para ambas as partes, resultando em saltos de qualidade, eficácia e agilidade no atendimento;
  • A adoção de mecanismos de mensuração de desempenho, que permitam o reconhecimento de eventuais fragilidades do sistema em tempo hábil para a realização de melhorias;
  • O agendamento de consultas e o atendimento especializado e individualizado, que representam meios de reduzir — ou mesmo de eliminar — as longas filas de espera do Sistema Único de Saúde, também economizando recursos e considerando as singularidades pessoais no atendimento à população.

Como vimos, a gestão em saúde pública é pautada em diversos desafios que precisam ser driblados em um curto intervalo de tempo com o objetivo de administrar ações da esfera pública na área da saúde. Em suma, trata-se de uma estratégia utilizada pelo Estado para elevar a eficácia e a eficiência dos recursos e das técnicas voltados à melhoria das condições de atendimento da população.

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