A humanização da saúde pode ser um conceito confuso para muitos dos envolvidos com a saúde suplementar e sofrer resistência por parte dos profissionais. É comum ouvir pacientes relatarem que determinado médico “é curto e grosso, mas objetivo”.
Entretanto, nem sempre foi assim. No passado, a atuação do médico da família — uma das expressões máximas da humanização da saúde — era bastante difundida, e ela pode voltar a ser uma figura frequente após a pandemia.
Tanto o médico da família quanto outras medidas adotadas por profissionais, clínicas, hospitais e operadoras de saúde são muito importantes. Você vai saber mais sobre o assunto neste post.
O conceito de humanização da saúde, no geral, se dá pelo tratamento que os pacientes recebem dentro de um estabelecimento de saúde ou por um prestador de serviços.
Esse tratamento ao qual nos referimos não é o recurso terapêutico utilizado para acompanhar as mazelas do paciente, mas o relacionamento, o formato de abordagem e como os profissionais do sistema de saúde se comunicam com as pessoas.
Humanizar o atendimento vai além de adotar uma comunicação não violenta e simpática. É necessário ser, acima de tudo, empático: analisar o estado do paciente, tentar entender como ele se sente diante daquilo e melhorar a experiência por meio de uma atenção personalizada.
Isso significa ampliar o olhar sobre o indivíduo, enxergando além da doença propriamente dita ou do procedimento pelo qual esse ele passou ou vai passar. Para isso, é necessário considerar fatores socioeconômicos, culturais, psicológicos e, até mesmo, religiosos.
Afinal, após receber orientações científicas e objetivas sobre o seu estado clínico, a reação desse paciente, sem dúvidas, será influenciada por esses fatores. Cabe aos profissionais de saúde, estabelecimentos, operadoras e demais envolvidos no seu tratamento acolher essa pessoa de maneira adequada.
Assim, em complementação ao tópico anterior, é possível afirmar que a humanização da saúde se propõe a oferecer um atendimento com o foco voltado ao relacionamento entre os cidadãos e os profissionais da área da saúde. A ideia é mudar a frente de atuação, ampliando-a para a prevenção e para a conscientização em prol de uma rotina mais plena e saudável.
Ou seja, o objetivo é verdadeiramente procurar construir um relacionamento com o paciente, de modo a tornar os tratamentos mais fáceis. Nesse contexto, pode-se citar também:
Quando falamos que o médico da família é o exemplo clássico da humanização da saúde, não estamos mentindo. O próprio Ministério da Saúde define esse profissional da seguinte forma:
“O médico especializado em saúde da família se ocupa do diagnóstico, para orientar o paciente sobre medidas de prevenção e, se necessário, de tratamento. A finalidade dessa especialidade é conhecer e acompanhar as pessoas por toda a vida, dentro do seu contexto e das suas complexidades. Conhecer a casa, a família, os vizinhos e entender os problemas locais e como eles afetam a saúde dos que lá vivem faz parte da equipe da família”.
Assim, em um único profissional são reunidas as 3 principais práticas relacionadas à humanização:
Além da conduta e da figura dos profissionais, as operadoras de saúde devem fazer investimentos em recursos que facilitem o dia a dia dos trabalhadores de saúde e melhorem a experiência do paciente, como inovações de digitalização que combatam o mau uso do pronto-atendimento.
Foco na atenção primária suplementar e uso da telemedicina, para agilizar atendimentos e promover o acompanhamento constante a um baixo custo são exemplos de práticas de humanização nesse contexto.
Saiba mais sobre as práticas da humanização da saúde por meio dos impactos gerados em profissionais, pacientes, instituições e operadoras de saúde.
Para que um tratamento de saúde seja considerado eficiente, o estado clínico do paciente deve evoluir. Nesse processo, podem ser utilizados medicamentos, intervenções cirúrgicas e procedimentos ambulatoriais.
Quando um paciente é informado sobre o seu plano de atendimento, dependendo do problema e dos riscos do seu tratamento, ele pode acabar exposto a uma alta carga de ansiedade, angústia, medo, expectativas e frustrações.
Uma equipe humanizada está preparada para lidar com essas possíveis reações. Um exemplo clássico de como isso é importante é quando o paciente se recusa a tomar um determinado medicamento ou realizar uma cirurgia porque conhece alguém cujo tratamento não teve o efeito esperado ou que, até mesmo, veio a óbito.
A atuação multidisciplinar é fundamental para que o indivíduo seja conscientizado sobre os benefícios e os riscos de se submeter ou não ao plano de tratamento, de acordo com a sua condição.
Essa atitude gera aceitação e confiança, aumentando o engajamento do paciente e fortalecendo o seu relacionamento com a equipe médica. Consequentemente, ao aceitar as intervenções que serão realizadas, o indivíduo faz a sua parte — toma remédio no horário e se prepara corretamente para a cirurgia, entre outros exemplos —, e, assim, os médicos obtêm o resultado desejado com mais facilidade.
Na saúde suplementar, satisfazer um paciente significa:
Nesse sentido, médicos e hospitais humanizados podem mudar sua conduta de várias formas. Um dos grandes exemplos de como a humanização da saúde traz satisfação ao paciente ao mesmo tempo em que melhora a sua recuperação é envolver animais de estimação nesse processo.
A chamada zooterapia defende o contato dos humanos com os bichos, sendo eficaz no tratamento de problemas físicos, emocionais e psicológicos. Esse convívio com os animais ativa o sistema límbico, liberando endorfina, hormônio responsável pela sensação de felicidade e bem-estar.
No contexto da saúde hospitalar, esse tratamento humanizado é capaz de melhorar quadros de saúde em pacientes internados em condições consideradas graves e até terminais. Inclusive, há estudos que comprovam o aumento da taxa de sobrevivência de pessoas com doenças cardiovasculares.
Ao implementar uma terapia humanizada no contexto clínico de cada paciente — sempre considerando os aspectos científicos; afinal, a satisfação do paciente não está relacionada apenas ao curso do tratamento, mas também ao seu resultado —, médicos, clínicas e hospitais tornam a experiência do paciente positiva e menos traumática.
Desconsiderando as questões de remuneração, um dos fatores que motivam a ação dos envolvidos com a saúde suplementar é ver a evolução clínica do paciente e a sua satisfação com a experiência oferecida.
Oferecer condições e alternativas para que esses profissionais prescrevam processos humanizados — como a própria zooterapia, citada no tópico anterior — melhora as expectativas acerca da recuperação do paciente, tornando a rotina de todos os envolvidos menos pesada.
Essa conduta é especialmente importante para quem lida com diagnósticos com pouca ou nenhuma expectativa de melhoria, os quais geram grande abalo emocional ao paciente ou frustração com o resultado do tratamento.
Tudo o que foi exposto até o momento tem como resultado direto a redução de custos em saúde.
Hospitais e operadoras de saúde têm ganhos na diminuição de internações e procedimentos. Isso porque, inserir processos humanizados no tratamento de doenças e recuperação de pacientes diminui a resistência deles em relação a seguir orientações, acelera os processos de recuperação, reduz o índice de reinternação e promove o acompanhamento das famílias em caráter primário e preventivo.
É um cenário que gera menos custos e maior bem-estar aos usuários dos serviços de saúde.
A atenção humanizada — e também individualizada — aos pacientes contribui para o afastamento dos protocolos convencionais de atendimento em um sentido positivo. Para tanto, a Política Nacional de Humanização (PNH) definiu alguns princípios essenciais relacionados à sua aplicação.
O acolhimento de pacientes e de equipes representa um meio de estabelecer relacionamentos com base no compromisso e na confiança, assegurando o acesso dos indivíduos à saúde a partir de atendimentos prioritários que levam em conta o risco, a gravidade e a vulnerabilidade.
O objetivo, nesse contexto, é criar ambientes físicos, psicológicos e éticos que sejam tanto saudáveis quanto acolhedores. Com isso, a troca entre os envolvidos é facilitada.
O conhecimento e o entendimento dos direitos no que diz respeito aos serviços da área da saúde proporciona aos pacientes mais acolhimento e, inclusive, um atendimento melhor, considerando a sua condição e as suas individualidades.
A intenção da Política Nacional de Humanização a partir desse princípio é assegurar a troca de feedbacks e de experiências no intuito de melhorar e de ampliar os cuidados relativos à saúde.
A clínica ampliada representa tanto um conceito quanto uma prática. O seu propósito é promover um atendimento clínico que seja voltado às complexidades e às singularidades dos indivíduos e dos seus respectivos prognósticos.
Por fim, esse princípio traduz, na verdade, a necessidade de extensão do acolhimento aos profissionais da área da saúde, viabilizando o seu acesso à tomada de decisões, a cursos de atualização e capacitação e a outras atividades que alarguem a sua colaboração com os serviços.
A humanização da saúde é, sem dúvidas, uma mudança no mindset e uma ferramenta poderosa para trazer benefícios a todas as esferas. Os investimentos em programas de humanização deixam os usuários do plano de saúde satisfeitos, diminuem a sobrecarga dos profissionais e ajudam a equilibrar os custos da operadora.
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