5 maneiras que a inovação tecnológica tem de contribuir para a gestão em saúde

28 de setembro de 2022
inovação tecnológica

O total de beneficiários de planos de saúde cresceu e apresenta 2,6% de aumento em relação a 2021, de acordo com dados apurados pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Com esse aumento, os planos de saúde já contabilizam mais de 49 milhões de usuários. É um momento de recuperação e estabilização para o setor, já que a internações ocasionadas pela Covid-19 estão em queda. Ao mesmo tempo, os leitos comuns vêm recebendo mais pacientes e chegaram ao maior índice de ocupação (80%), desde 2019. Por isso, essa é a hora certa de inovação tecnológica em saúde.

As cirurgias eletivas e os casos crônicos estão recebendo a atenção que durante o período de pandemia ficou escassa. Por isso, e pelo futuro do setor da saúde, sempre é necessário repensar o modo como lidamos com essas demandas. A ideia é buscar soluções que otimizem a gestão em saúde. Para fazer isso, a inovação é o caminho necessário. Essa é uma forma de atentar às modificações ocorridas no mercado, conquistar competitividade, aumentar a produtividade da equipe e a administração financeira da operadora.

Como a tecnologia pode ser um diferencial para o negócio? De que forma a gestão de saúde é aperfeiçoada com a inovação e a implementação de ferramentas? Neste post, apresentaremos 8 maneiras de alcançar esse propósito. Continue a leitura para conferir!

Por que acompanhar as tendências da saúde?

A pandemia pela Covid-19 trouxe novos panoramas para a saúde suplementar no Brasil. Em poucos anos, vivenciamos uma revolução digital, novas regulamentações e desafios cada vez maiores para os planos de saúde. Um exemplo foi o alto volume de testes solicitados para a Covid-19, que foram incluídos no rol de procedimentos obrigatórios da ANS.

Embora as tecnologias na pandemia tenham trazido benefícios para a assistência médica, elas também impuseram um choque de realidade à saúde suplementar. Percebemos que as instituições que não conseguem se adaptar a novas situações estão fadadas a perder concorrência e, em casos extremos, deixar de existir. Daí a importância crescente de acompanhar as tendências da saúde.

Quais as principais tendências na área da saúde?

Para se manter em constante atualização, é fundamental se atentar às novidades e tendências na área da saúde. Para ajudar você, separamos 8 das principais tendências atuais — que em breve já farão parte da rotina dos planos de saúde. Confira.

1. Aumento da segurança das informações

Os pacientes têm direito a manter seus dados confidenciais — e essa é uma exigência da legislação, especialmente com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Por isso, é preciso contar com um sistema que armazene os dados com recursos de criptografia.

Essa ferramenta torna os dados inelegíveis para pessoas não autorizadas. Por isso, ainda que haja uma invasão ao sistema, as informações permanecem protegidas. Para uma operadora de saúde, isso representa confiabilidade e vantagem competitiva.

Por meio dos dados, você descobre informações que ajudam a implementar programas de medicina preventiva e preditiva. Junto a ferramentas de inteligência artificial, big data e internet das coisas (IoT), o foco deixa de ser a doença e se torna a prevenção.

Isso porque há melhoria do gerenciamento de risco. Com dados centralizados e processos definidos, a operadora tem acesso a números mais precisos, que direcionam as ações. O resultado é o aumento da eficiência e a redução de custos, porque você identifica o que faz a diferença para o contexto do plano de saúde.

Em outras palavras, é estabelecida uma gestão mais estratégica, que permite coletar informações seguras e que fornecem uma visão completa da empresa, podendo ser feita em nível macro ou micro. Mas o que isso tem a ver com segurança da informação?

Tudo! Com uma solução adequada, as informações são mantidas preservadas, especialmente se a plataforma funcionar em nuvem. Essa tecnologia protege os dados, trabalha com criptografia e outros recursos de proteção.

Além disso, o sistema é acessado a partir de qualquer dispositivo com internet. Com isso, há um controle rigoroso no acesso a programas, aplicações, redes e arquivos de dados. Mais que a preservação contra invasores, também evita que os dados sejam vazados ou alterados.

Portanto, a prática traz benefícios à confiabilidade e eficiência da gestão. Ainda evita prejuízos derivados da falta de segurança. Para se ter uma ideia, o Brasil é o 4º país no volume de informações vazadas devido a incidentes relativos a vazamentos e invasões maliciosas a sistemas.

Cada um deles gerou 26.523 registros de informação divulgados. O resultado é um prejuízo de 1,35 milhão de dólares por episódio e de 69 dólares por registro. Assim, fica claro que, mais que voltar as ações para o cuidado com o beneficiário, a operadora é protegida de perdas financeiras.

2. Eficiência na gestão

Em tempos de inovação tecnológica, a eficiência na gestão é um dos pontos principais. Para alcançar esse propósito, é necessário contar com softwares, que unificam os dados e fornecem relatórios precisos.

A TI é um dos aspectos cruciais para otimizar os processos, reduzir custos e organizar as informações. Como consequência, há mais chance de se alcançar os objetivos traçados, conforme estabelecido no planejamento estratégico.

Um exemplo simples é o uso do CRM, software de gestão do relacionamento com os clientes. Com essa ferramenta, as informações dos usuários são registradas de forma integrada e organizada. Você percebe, por exemplo, quem tem um uso mais massivo do plano de saúde, identifica potenciais desperdícios e antecipa necessidades.

Com um sistema de gestão empresarial (ERP), fica mais fácil saber como estão as finanças do negócio, o pagamento de parceiros, possíveis inadimplências dos beneficiários e mais. Ainda, é possível otimizar o agendamento online de procedimentos e consultas e até o gerenciamento de mídias sociais.

Os sistemas tecnológicos de inovação, portanto, otimizam rotinas importantes, padronizando tarefas e processos. Outros benefícios alcançados são:

  • Controle dos processos, com identificação de problemas recorrentes e possibilidade de revisão dos contratos, conforme o perfil dos beneficiários;
  • Desenvolvimento de ações específicas por grupo de clientes, com maior facilidade de comunicação e iniciativas que ajudam a informar e esclarecer os usuários;
  • Planejamento realista dos custos para melhorar a negociação com clínicas, hospitais, laboratórios e médicos e evitar imprevistos. Desse modo, você define cláusulas importantes para os contratos e limites para a cobrança do tipo fee for service;
  • Padronização de processos, desde o credenciamento de médicos até o atendimento de pontos de assistência ao beneficiário. Ainda há agilização das operações e melhoria dos fluxos de gestão;
  • Alinhamento do gerenciamento comercial à estratégia da operadora para equilibrar a relação entre entradas e saídas de beneficiários. Por exemplo, o sistema impede a realização de pagamentos indevidos nos comissionamentos;
  • Verificação de cumprimento das regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com possibilidade de aperfeiçoar os índices de desempenho (IDSS). Com isso, há melhoria dos indicadores de qualidade;
  • Centralização das informações, com facilidade de acesso e simplificação das tomadas de decisão.

3. Crescimento do controle financeiro

As operadoras de saúde precisam ter resultados contínuos, a fim de cumprir as garantias exigidas pela ANS. Cuidar da gestão financeira, portanto, é um dos aspectos primordiais.

A prática deve ser executada sem se esquecer a qualidade assistencial. Como trilhar um caminho sustentável? Novamente, a inovação tecnológica contribui para os resultados. Com um sistema adequado, você tem acesso a dados precisos de receitas e despesas, entre outros fatores.

Com um banco de dados alimentado por inteligência artificial, por exemplo, você ainda acompanha os processos adotados por profissionais da saúde. A partir disso, é possível criar manuais de procedimentos médicos, sistemas de bônus por eficiência e o que mais achar necessário para ajudar a operadora a crescer.

Existem várias soluções que contribuem para um bom controle financeiro. Algumas disponíveis no mercado são:

  • MV Operadoras de Saúde: facilita o controle dos processos financeiros, gerenciais e administrativos para simplificar a gestão de contratos e beneficiários, processamentos e auditorias de contas, atividades comerciais e mais;
  • ERP Pirâmide, da Procenge: trabalha com o controle financeiro e de sinistralidade, atendimento das exigências da ANS e melhoria da gestão;
  • SoftExpert: padroniza os processos de gerenciamento e conformidade, reduz as atividades manuais e contribui para o aumento da produtividade e redução de custos;
  • Saúde – TOTVS: integra as informações e processos por meio da interoperabilidade, além de controlar custos e padronizar atividades.

Para implementar alguma dessas soluções, é preciso entrar em contato com a empresa e fazer uma mudança cultural na operadora. Os colaboradores devem mudar sua mentalidade para aproveitar o máximo possível. Ainda, é preciso treiná-los para utilizarem as ferramentas.

4. Redução de desperdícios e fraudes

Um dos maiores problemas dos planos de saúde são as fraudes e os procedimentos desnecessários. Para você ter uma ideia, o impacto é de R$20 bilhões por ano, com perdas equivalentes a 15% das despesas assistenciais. Do total, R$11 bilhões foram gastos com hospital e o restante com exames.

Essas duas variáveis são um dos principais gargalos enfrentados na gestão. Elas aumentam a taxa de sinistralidade devido ao alto número de procedimentos solicitados. No entanto, é possível reverter o cenário.

Além de trabalhar a conscientização dos colaboradores, investir na assistência primária e contar com uma equipe parceira, é preciso contar com soluções voltadas para a saúde. A ideia é implementar a inovação tecnológica a partir da gestão integrada.

Por exemplo, por meio de uma plataforma que identifica grupos de risco, é possível tomar decisões acertadas, que contribuem para a melhoria da saúde dessa população. Para a gestão de crônicos, por exemplo, os dados permitem diminuir as complicações de doenças já instaladas.

5. Diminuição das reinternações

Você sabia que 10,55% dos pacientes voltam a se internar depois de 30 dias? Esse é outro fator que pode ser aprimorado com a inovação tecnológica. Com uma plataforma especializada, você oferece um atendimento integrado, com foco na saúde digital e humanizada.

Esse objetivo pode ser alcançado com inteligência artificial e outros recursos tecnológicos de inovação. Com esses sistemas, você recebe os dados em tempo real e tem uma base maior para tomar decisões.

Você ainda pode investir na telemedicina. Dados de um projeto demonstram que os custos de atendimento reduziram 27% com essa prática e as hospitalizações diminuíram 45%. Assim, você consegue alcançar um patamar diferenciado.

Outro fator que interfere de maneira positiva são os apps. Com eles, o beneficiário cuida mais da saúde e você pode coletar dados sobre seus hábitos. Desse modo, cria ações acertadas para fazer um bom gerenciamento de risco.

6. Telemedicina

Aprovada pelo parlamento no início da pandemia para uso emergencial, a telemedicina provavelmente veio para ficar. Apenas em 2022 a prática foi formalmente regulamentada pelo CFM, podendo fazer parte do cotidiano das redes assistenciais desde então — e não apenas no contexto da Covid-19. Um marco de inovação tecnológica em saúde.

A telemedicina consiste na consulta médica à distância, mediada por mecanismos de comunicação eficazes. Ela pode ser feita tanto de médico para médico (como para pedir uma segunda opinião ao especialista) quanto diretamente ao paciente, em consultas virtuais. Embora ela se destine geralmente a casos mais leves, seu leque vem se ampliando nos últimos anos; acredita-se que, em um futuro não tão distante, poderemos realizar até operações cirúrgicas à distância.

7. Big Data

O termo “Big Data”, em tradução literal, significa “dados em grande volume”. Diante do cenário de inovação tecnológica em saúde, ele vem sendo utilizado com uma frequência cada vez maior, devido aos diversos mecanismos que temos para a geração de dados atualmente.

Com a revolução digital, conseguimos armazenar e coletar dados em velocidades nunca presenciadas na história da humanidade. Embora isso seja a princípio benéfico para a gestão em saúde, essa capacidade levanta um questionamento tão grande quanto: afinal, o que faremos com um volume tão grande de dados?

O Big Data surge como uma área da ciência especificamente voltada para o processamento e a análise de quantidades maciças de informações. Com ele, é possível tirar conclusões que não seriam possíveis com a análise individual dos dados e realizar serviços como a projeção de eventos futuros. Especialistas acreditam que, em breve, o Big Data será um serviço obrigatório na gestão da saúde.

8. Inteligência Artificial

Embora o imaginário popular desenhe a Inteligência Artificial a partir da ideia de robôs complexos, a IA ela extrapola o campo da robótica. A inteligência artificial está presente na análise de dados, na predição de eventos e até nos protocolos automatizados — podendo ser definida, portanto, como qualquer atividade inteligente que independe da intervenção humana. É considerada uma das principais tecnologias em saúde atualmente.

Para as operadoras de planos, ela é um marco da inovação tecnológica em saúde e pode ser útil para prever eventos adversos. Além disso, para a saúde pública, consegue até identificar cenários anormais (como epidemias e surtos) em seus estágios iniciais. Ela também é utilizada para o mapeamento da população em uma determinada área, a identificação dos principais problemas de saúde e a criação de planos de intervenção estratégicos.

Como você viu, a inovação tecnológica em saúde permite alcançar vários benefícios — basta usar os recursos de forma adequada. Sempre foque a saúde integrada, com acesso fácil aos dados. Assim, você toma decisões melhores e financeiramente sustentáveis para a operadora.

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