Entenda como as Reinternações podem ser prejudiciais para os planos de saúde

2 de outubro de 2019
reinternações

Fazer a gestão de planos de saúde é uma atividade complexa e que apresenta muitos gargalos. Uma das principais dificuldades diz respeito às reinternações. Isso porque a necessidade de se fazer uma internação pela segunda vez em um curto período de tempo gera desconforto para os pacientes e custos para as operadoras.

No Brasil, um estudo da Mercer Marsh Benefícios mostrou que 10,55% dos pacientes retornam à internação no prazo de 30 dias, sendo que o gasto desse procedimento representou 16,37% do custo total das ocorrências.

Diante desse contexto, é fundamental entender quais são os fatores que mais interferem nos índices alcançados atualmente e os gargalos do segundo processo de internação. Se você quer saber mais sobre o assunto, continue com a leitura!

Taxas de Reinternação

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) define o índice de readmissões como um dos fatores de reajuste dos planos de saúde. Dentro desses aspectos, as taxas de reinternação são as principais. Elas consistem naquelas que o cliente volta para o hospital em até 30 dias após a primeira.

Segundo um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente (IBSP), as taxas de readmissão no Brasil são elevadas. A média é de 19,8%. Além disso, é preciso considerar as causas da primeira e segunda internações, que leva à síndrome pós-hospitalização, que vamos abordar em seguida.

Para evitar as taxas elevadas de readmissão, é preciso saber o que leva ao retorno dos pacientes e diagnosticar possíveis causas invisíveis derivadas dos profissionais. Uma dica é verificar as especialidades que apresentam maior índice.

Uma pesquisa feita na Universidade Federal do Rio Grande do Sul apontou que o índice de reinternação no período de sete dias fica em 3% para os adultos e 7% para as crianças. Os maiores percentuais são com as especialidades de:

  • medicina interna (9,7%);
  • hematologia (9,1%);
  • cardiologia (5,7%);
  • emergência adulto (5,5%);
  • gastroenterologia (5,2%);
  • cirurgia geral (2,2%).

Mais que isso, é necessário conhecer o perfil da população e melhorar o atendimento hospitalar. Assim, é possível oferecer um atendimento melhor e mais cuidadoso para evitar as readmissões.

Lembre-se ainda de que a taxa de reinternações hospitalares é um indicador de qualidade importante, porque reflete o impacto dos cuidados com o paciente antes, durante e depois da alta. Ele ainda sofre interferência de outros aspectos, como:

  • condições socioeconômicas do paciente;
  • estrutura familiar;
  • disponibilidade de acesso aos medicamentos indicados;
  • adesão às orientações médicas.

Por isso, ações voltadas aos cuidados domiciliares e a implementação de uma política de integração com a rede de atenção primária podem contribuir para melhorar os índices atingidos. Da mesma forma, vale a pena fazer o retorno ambulatorial precoce e desenvolver o hospital para evitar as admissões não programadas e melhorar a qualidade do atendimento.

Síndrome pós-hospitalização

Um estudo sobre a Síndrome de Pós-Hospitalização mostrou que aproximadamente 40% das readmissões foram geradas por motivos diferentes da primeira, o que evidencia o início do problema já citado e o fato de o hospital ser, muitas vezes, a causa primária.

Como? A pesquisa indicou que boa parte dos incidentes é causada pelo ambiente estressante do hospital e por eventos adversos derivados das internações. Entre as possibilidades estão:

  • perda de peso, porque os pacientes deixam de se alimentar como e quando querem;
  • perda muscular rápida, porque os movimentos se tornam limitados durante o período no hospital, especialmente para os idosos;
  • dificuldades do sono, devido às interrupções constantes e luzes e sons desconfortáveis.

Todos esses fatores impactam a saúde e prejudicam a recuperação. É preciso ter um cuidado extra, principalmente nos dias que se seguem após a alta. Para evitar a síndrome, o ideal é fazer pequenas mudanças, como:

  • realizar exames de maneira racional e apenas quando necessário, a fim de evitar alterações de rotina;
  • evitar interromper o sono para administrar medicamentos ou verificar sinais vitais;
  • incentivar as caminhadas até mesmo para os pacientes ligados a bolsas de infusão (essa é uma forma de evitar a perda de massa muscular e aumentar o bem-estar);
  • controlar o peso dos pacientes para identificar grandes alterações e modificar a dieta;
  • melhorar o ambiente do hospital e deixá-lo mais confortável, sem barulhos constantes e com luzes aconchegantes, a fim de elevar o relaxamento e o conforto;
  • indicar o uso de roupas próprias e objetos pessoais, principalmente para idosos, que têm maior risco de desorganização mental, devido à mudança da rotina.

Conscientização dos pacientes

A recuperação completa dos pacientes depende de ações de conscientização sobre os cuidados pós-internação. É necessário promover uma comunicação plena, a fim de evitar as complicações e as readmissões no prazo de 30 dias — inclusive a síndrome de pós-hospitalização.

Além da conversa clara e objetiva sobre a necessidade de atenção, é necessário atuar de maneira preventiva. Uma das maneiras mais eficientes é pela consulta ambulatorial. Quando ela é realizada de maneira adequada após a alta, é possível acelerar o processo de recuperação e identificar possíveis atitudes que prejudiquem os resultados.

Para aumentar a conscientização, é preciso trabalhar diferentes aspectos, a fim de prestar o apoio necessário. Algumas ações indicadas são:

  • manter o paciente informado sobre os resultados dos exames e outras informações;
  • tirar todas as dúvidas do paciente para ele entender o que deve fazer em casa, como os remédios a serem tomados, as visitas de acompanhamento etc.;
  • informar sobre os medicamentos a serem ministrados, quando eles devem ser ministrados e quais manter ou parar nos respectivos prazos;
  • orientar o paciente sobre sinais e sintomas que indiquem a necessidade de buscar apoio profissional, seja do médico ou outro profissional de saúde;
  • recomendar a consulta a um especialista logo após a alta para evitar a reinternação (se possível, agendar o horário ainda no hospital);
  • fazer as mesmas recomendações ao cuidador do paciente ou a alguma pessoa da família (essa é uma maneira de diminuir os problemas que acontecem após a alta).

Treinamento dos profissionais

As readmissões são evitáveis em boa parte dos casos. Mais que todas as ações indicadas, é preciso também trabalhar o treinamento dos profissionais. Esse é um ponto fundamental para a gestão e que deve focar o atendimento integrado, com atenção à saúde digital e humanizada.

A ideia é deixar os profissionais seguros para prestar toda a assistência necessária, qualquer que seja o problema do paciente. Desse modo, o cuidado é promovido como uma atividade leve, que melhora a qualidade de vida e trabalha a humanização.

Além disso, são evitados procedimentos desnecessários, que aumentam o estresse, a mudança de rotina e a possibilidade de problemas acontecerem. Essa questão ainda diminui os gastos, já que, em 2017, R$28 bilhões foram despendidos com fraudes e desperdícios.

Para alcançar melhores resultados, vale a pena trabalhar com uma plataforma de gestão integrada, que aumente o engajamento dos pacientes com os cuidados à saúde e o gerenciamento completo dos indicadores de saúde.

A partir dessa prática, é possível observar redução de custos, do absenteísmo e do presenteísmo, ao mesmo tempo em que o engajamento e a produtividade aumentam. Para os planos de saúde, isso representa aumento da competitividade e do bem-estar da população.

O resultado é a redução das reinternações e a possibilidade de aprimorar os índices de todos os fatores listados neste artigo. Além disso, é possível contar com recursos de atendimento ágil, a fim de evitar as buscas desnecessárias ao hospital.

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